Entrevista com os grafiteiros Alol e WBS

 

byJFParanaguá

Alol em ação em Águas Claras

A convite do grafiteiro Notem da Sub Mundo Crew para acompanhar a produção de um painel coletivo no bairro de Águas Claras, com artistas locais e de outras cidades brasileiras, o blog A Arte na Rua aproveitou a oportunidade para entrevistar os grafiteiros Alol (São Luis/MA) e WBS (Rondônia). Confira a seguir:

 A Arte na Rua – É a primeira vez que você vem a Salvador?

Alol – Sim. É uma cidade muito linda. O Centro Histórico daqui lembra muito o da minha cidade.

AAR – Qual o objetivo da viagem?

Alol – Vim a convite participar do aniversário do primeiro ano da minha crew UNC (União Nacional Crew), pelo fato de ter integrantes soteropolitanos. A festa foi realizada durante uma pintura em Vista Alegre, subúrbio ferroviário. Participou muita gente, inclusive de outras cidades.

AAR – O que achou da cena local?

Alol – Está sendo uma experiência valiosa. Quando comecei a grafitar já conhecia alguns grafiteiros, a exemplo de Bigod, Sank, Drico, que só tinha referências através de revistas e pela rede social que possibilita uma interação bem maior.

AAR – Qual o significado de Alol?

Alol – São as inicias do meu nome André Luis Oliveira Lima

AAR – Quanto tempo está na cena?

Alol – Há 12 anos.

AAR – Como se deu o início?

Alol – Iniciei numa oficina de grafite realizada na cidade de São Luis, no Maranhão.

AAR – Você passou pela pichação?

Alol – De 2001 até 2003. Comecei com a idade de 13 anos e assinava com a tag Alol, que mantenho até hoje.

AAR – Qual era o seu estilo como pichador?

Alol – O estilo no maranhão é bem diferenciado, criação nossa. É mais jogado, com letras bem emboladas, traços finos.

AAR – Qual é o seu estilo de trabalho?

Alol – Trabalho com personagens azuis. No painel eu procurei diferenciar um pouco das cores. Mas, geralmente é o personagem azul que eu faço. Às vezes é o corpo inteiro ou o rosto do personagem. O papagaio, que é outro personagem e chamo de curupaco, é um animal muito conhecido na minha cidade. Sempre que eu viajo gosto de pintá-lo. É como se estivesse falando da cidade de onde eu sou.

Contatos: alolfco; fanpage: coletivofco; istagram@instagramfco; alolima@gmail.com

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WBS: “Apesar de ser rondoniense, considero-me um maraense”

A Arte na Rua –  Qual o significado da tag WBS?

WBS – É formada pelas inicias do seu nome Vagner Barros Serejo.

AAR – Você nasceu em que cidade?

WBS – Na realidade sou rondoniense, mas sai de lá em 92, com seis anos de idade. Mas me considero maraeense pra caramba.

AAR – Quando iniciou na cena?

WBS – Iniciei como pichador. O primeiro contato foi em São Luis. Mas comecei em 94, na cidade de Brasília (DF). Morei por lá dois anos. Eu assinava Taigo. Quando retornei para o Maranhão minha tag foi Snowb, que coloquei em consideração a um grande amigo de Brasília. Foram quase 10 anos de pichação.

AAR – Você se inspirou em alguém?

WBS – Tive várias referências. Meu tio foi um deles. Ele participou da DA (Detonadores Aloprados). Sua tag era Virus.

AAR – O que levou você a pichar?

WBS – Primeiro, a adrenalina por subir em lugares bem altos, lugares proibidos, atitudes que nos davam destaque. Segundo, a simpatia das minas, rivalidade com outros pichadores, tirar onda quando outro não conseguia pichar no lugar alto. Além disso, tinha a questão do ego entre os pichadores. Nesse período surgiu a vontade de grafitar, mas sem deixar o picho.

AAR – Quando iniciou o grafite?

WBS – Em 2012. Mas não era o todo tempo, constante. Não tinha dinheiro pra comprar o material. Só ganhou força a partir da formação da primeira crew chamada REC (Revolução em Cores), que surgiu depois de uma oficina de grafite. Depois de um tempo surgiu a Efeito Colateral (EC), que a gente mantém até hoje. Já vamos completar 11 anos de coletivo. Claro que essa união já persiste há mais tempo.

AAR – Qual a sua característica de trabalho?

WBS – Gosto de letra, véio… wild style e esse tipo (aponta para o painel) que é um estilo mais estourado, que são os detalhes da pintura. Tem momentos que tem contornos e outros sem contornos. Claro que tem momentos que produzo um style mais recortado. Na verdade, uso duas linhas de trabalho.

AAR – Também é a primeira vez em Salvador?

WBS – Sim. Gostaria de ter vindo antes Salvador. Já conheço o Rio, São Paulo, e do Nordeste só faltam quaro cidades pra conhecer.

AAR – Qual foi a sua impressão com a cidade?

WBS – A melhor possível. Já conheço vários grafiteiros daqui por ter encontrado em eventos em outros capitais, como por exemplo, Bigod, Ixluts, Sank, Nikol, Furone, além de outras amizades que são construídas a partir deles.

AAR – Quais são os resultados obtidos com as viagens?

WBS – Vivência. Quem pode me proporcionar isso é o grafite, véio. Imagine! Se não fosse o grafite não estaria conhecendo ninguém, nem dando essa entrevista pra você. A gente quando vai pra um lugar como grafiteiro, não vai como turista. Claro que tem um tempo pra isso, mas, vamos estar no meio da galera, conhecer as quebradas, estar lá dentro.

AAR – Deixe uma mensagem?

WBS – Fico feliz por estar aqui, sendo abraçados por todos que conheço e que vou ainda conhecer.

 Contatos: fco183@gmail.com; facebook.com/wbsbarro; facebook/wbsbarros/flirck.F

(Fotos: byJFParanaguá. Denuncie abusos. Direitos reservados).

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